Uma breve história sobre computação em nuvem




   Trataremos hoje de falar um pouco sobre a história do “cloud computing”. Apesar de parecer um conceito bem recente, sua inspiração remete à década de 1950 (convenhamos, não deixa de ser “recente”). Naquele tempo, as organizações estavam utilizando um sistema de computadores mainframe que mudavam constantemente. O problema era que os computadores mainframe eram enormes e custavam tão caro a ponto de que pequenas e médias empresas normalmente não tinham capital pra investir nesses computadores.  
   Essa situação fez com que a maioria das organizações que tinham acesso aos mainframes comprassem apenas uma ou duas máquinas e então implementassem escalas de “time-sharing” (compartilhamento de tempo) entre seus funcionários a fim de otimizar o retorno no investimento. E como isso funcionava? Com o compartilhamento de tempo, vários usuários poderiam utilizar o mesmo mainframe simultaneamente, a partir de estações conectadas que não possuíam capacidade de processamento isoladamente. Essa forma de trabalhar, compartilhando o poder de processamento de uma máquina pra otimizar seu uso, é a premissa da nuvem.

A Teoria do Compartilhamento de Tempo

   Em 1955, John McCarthy, conhecido por ser o criador do termo “inteligência artificial”, criou uma teoria sobre compartilhar o tempo de computação entre todo um grupo de usuários. E essa teoria se tornou relevante porque nos anos 50, aumentar a eficiência no uso de um mainframe poderia muito bem significar a economia de milhares de dólares. Como esses computadores eram exorbitantemente caros, aproveitar o máximo de seu potencial era uma das prioridades entre as empresas da época.
    Na medida em que otimizou o uso dos mainframes, aumentando sua viabilidade econômica, essa teoria acabou sendo essencial para que eles também ficassem mais acessíveis para empresas menores que antes não poderiam adquiri-los.  

John McCarthy, criador da teoria de "time-sharing".



Um Grande Passo para a Computação em Nuvem

J.C.R. Licklider, idealizador da ARPANET.
   No passo em que a tecnologia evoluía, a ideia de computação em nuvem também ia amadurecendo, mas só tivemos um avanço significativo já no final da década de 1960. Em 1963, um cientista da computação chamado J.C.R. Licklider apresentou uma ideia para um sistema de computadores interconectados. Essa ideia, inegavelmente revolucionária naquela época, ajudou no desenvolvimento da ARPANET.
   A ARPANET é mundialmente conhecida como a “antecessora da Internet” e foi a primeira rede que permitia com que pudessem ser compartilhados entre computadores que não estavam no mesmo local físico. Licklider imaginava um mundo em que qualquer pessoa poderia estar conectada e teria a capacidade de acessar programas e dados específicos, independente do local em que ela estivesse. Hoje conhecemos essa ideia por “Computação em Nuvem”. Dadas essas contribuições do Licklider não seria um equívoco reconhece-lo como uma das pessoas mais importantes no processo de criação da Internet moderna e da computação em nuvem.
 
O Tempo (e a Tecnologia) continuam avançando

   Nas décadas que se seguiram, dos anos 70 aos anos 90, ocorreram ainda vários avanços na tecnologia que eram necessários para o surgimento da verdadeira computação em nuvem. A IBM, uma gigante na área de computação, lançou em 1972 um sistema operacional que possibilitava a criação de uma máquinas virtuais. Nos anos 90 várias empresas de telecomunicação já estavam oferecendo suas próprias versões de VPNs (virtualized private networks). Desde que começou a se espalhar, a computação em nuvem logo se estabeleceu e cresceu (e ainda está crescendo) rapidamente. E apesar de haver uma disputa sobre a origem do termo, a computação em nuvem já havia se tornado um termo bem conhecido por empresas, instituições de ensino entre outros por volta de 1996.

Olhando para o futuro  


   A computação em nuvem atualmente está criando novas oportunidades, tanto para negócios quanto para pessoas interessadas em trabalhar na área de ciências da computação. Essa tecnologia oferece mais flexibilidade e eficiência para lidar com as novas e crescentes demandas do mundo de hoje, através da infraestrutura, software e plataformas cada vez mais acessíveis em qualquer lugar. No entanto, na medida em que a presença da computação em nuvem se expande cada vez mais, a necessidade por profissionais que possam gerenciar essas redes de forma apropriada também aumenta.


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